quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Triste realidade!!!!!

Muito importante esta reflexão que o Frederico fez e resolveu partilhar connosco.

é mesmo para pensar e reflectir muito bem.


"Estamos em Novembro, com dias solarengos, e esquecemos que um dia destes a chuva, inevitavelmente, por aí virá. Pior é sabermos que um dia, este ano, no próximo, ou noutros, virá com mais força e, como sempre acontece, vamos ter cheias.

Já quase todos nós, cá no nosso cantinho, nos esquecemos do que aconteceu nas últimas grandes cheias que nos atingiram. Foi em 1983, a 18 de Novembro, e tivemos zonas alagadas na Av. Movimento das Forças Armadas, junto à ponte da Rua da Colónia, na zona onde hoje é a Honda e a Wurth, e ao longo de toda a bacia do Rio das Sesmarias. Também houve complicações noutros locais, mas de forma mais moderada.
Uma coisa, todos sabemos, sempre que chove a sério durante cinco minutos, o sistema de esgotos rebenta, as tampas metálica levantam e a água começa a sair por aí.

Nestes últimos 24 anos, nada foi feito para melhorar os sistemas de escoamento. Tanto quanto sei, não foi feito nenhum levantamento de zonas alagáveis e construiu-se muito, construiu-se sem ter em conta que, ciclicamente, chove mais do que é normal e que é necessário prevenir. Mas até agora, ninguém preveniu, nada!

A culpa é também de nós todos, que por exemplo impermeabilizamos os nossos quintais, contribuindo para que cada vez haja menos zonas com terra que possa absorver a água. Mas, para além de todos nós, há quem decida sobre o território da Abrunheira e sobre o que se pode construir, esquecendo estas questões. Um destes dias, dei comigo a olhar para uma imagem da Abrunheira no Google Earth e comecei a fazer um exercício mental sobre o que existia edificado e não impermeabilizado em 83 e o que existe agora, e fiquei impressionado com o que já foi construído e também com o que já está previsto, em alguns casos já com arruamentos feitos. Pensei: quando chover a sério, a água vai para onde? Resposta: para dentro das casas das pessoas, que nas últimas cheias já ficaram alagadas, mas desta vez ficarão com muito mais água, e também para algumas construções que entretanto foram edificadas em zona alagável, e mais não sabemos onde.
O último caso de atropelo de zona alagável, são os prédios amarelos que foram construídos atrás da padaria. Para aqueles que não se lembram, ali existia uma linha de água, pouco importante é certo, mas existia. E mais do que isso, o terreno tinha um desnível de 30 ou 40 cm em relação à estrada, o que permitia que um volume de água considerável ali ficasse retido e fosse absorvido e também evaporasse, como é normal.Também a zona industrial, junto à rotunda da bomba de gasolina, que nas últimas cheias foi bastante afectada, foi completamente impermeabilizada, com mais fábricas, mais parques industriais, mais estradas - mais tudo, menos estruturas para encaminhar a água das chuvas.Tudo isto para dizer que, quando chover de mais, as culpas vão ser do aquecimento global, do São Pedro, do cão do vizinho ou mesmo do vizinho, não vão ser nossas, nem daqueles que por nós decidem.Deixo-vos uma imagem da Abrunheira actual, para fazerem o mesmo exercício que eu fiz!

O último caso de atropelo de zona alagável, são os prédios amarelos que foram construídos atrás da padaria. Para aqueles que não se lembram, ali existia uma linha de água, pouco importante é certo, mas existia. E mais do que isso, o terreno tinha um desnível de 30 ou 40 cm em relação à estrada, o que permitia que um volume de água considerável ali ficasse retido e fosse absorvido e também evaporasse, como é normal.

Também a zona industrial, junto à rotunda da bomba de gasolina, que nas últimas cheias foi bastante afectada, foi completamente impermeabilizada, com mais fábricas, mais parques industriais, mais estradas - mais tudo, menos estruturas para encaminhar a água das chuvas.

Tudo isto para dizer que, quando chover de mais, as culpas vão ser do aquecimento global, do São Pedro, do cão do vizinho ou mesmo do vizinho, não vão ser nossas, nem daqueles que por nós decidem.

Deixo-vos uma imagem da Abrunheira actual, para fazerem o mesmo exercício que eu fiz!"

Frederico Madeira