sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Teatro infantil da URCA


O amigo Frederico Madeira, já foi ao baú, e conta-nos mais um pouquinho das peripécias do teatro na Urca..

"Cara Aldeã,

Já há algum tempo que tinha pensado enviar estas fotos e contar um pouquinho da história delas, que neste caso se confunde também com um período em que fiz parte da Secção Cultural da URCA.


Estas fotos correspondem em príncipio à Festa de Natal de 1982, e à data eu não fazia parte de nenhum orgão da URCA. Nesta altura, a colectividade tinha uma função social muito importante, distribuia prendas a todas as crianças que se inscrevessem e proporcionava um verdadeiro convívio entre todas elas. Havia um espectáculo de teatro infantil e, tanto quanto me lembro, era distribuído um pequeno lanche - muitas crianças não tinham outra festa. Seria importante que alguém daquela altura nos explicasse como é que essas prendas eram adquiridas, se eram compradas ou doadas por alguém, o que eu desconheço, mas recordo o frenesim que se sentia nos miúdos nos dias que antecediam o grande dia!
Na foto em que se encontram a Anabela, a Xana a Clara e a Sandra, o fundo é o cénario da peça de teatro "O Palhaço", que voltaríamos a levar à cena posteriormente.




Estas foram tiradas no dia 18-12-83 no pavilhão do Bairro da Tabaqueira, na Festa de Natal da S.I.C. (uma antiga fábrica de confecção de Mem Martins) para a qual tinhamos sido convidados. A peça era " A Vaquinha Micaela". Naquela altura, também apresentávamos o "Palhaço", muito bem feito pelo Marinho Peniche que, com mais ou menos choraminguisse, acabava sempre por se saír bem na hora da verdade. Nesta altura, tinha-se perdido o núcleo duro e importante do GITU e ali estávamos eu, o Luís Peniche e a Fernanda Barros, todos meio imberbes, todos a julgar que podiamos mudar o mundo. Éramos a Secção Cultural, a Fernanda, além disso, ensaiava tudo o que havia, da dança Jazz ao teatro. Nós pintávamos cenários, acarretávamos com a mobília e a aparelhagem, faziamos o som e a iluminação possível e tudo o mais relacionado com estas actividades, quer aqui, quer nas deslocações.
Este dia, tanto quanto a memória me permite recordar, terminou de forma abrupta com um acidente chato. Tinham-nos dado alguns bolos e sumos e algum dinheiro, e nós os três, ou melhor, a Secção Cultural, decidiu que o melhor era fazermos a nossa própria festa. Comprámos mais algumas coisas e partimos para uma animada tarde no pavilhão da URCA, com todos os envolvidos na dança e no teatro presentes. A certa altura, a Ana Adélia agarrou uma das colunas de iluminação, julgo que apanhou um choque eléctrico, e a coluna acabou por cair em cima dela. E acabou assim a nossa festarola de 1983!
Estes cenários da "Vaquinha Micaela" foram pintados em duas ou três noites, pelo Zé Barros, por mim e pelo Luís Peniche. Recordo-me do frio intenso que fazia dentro do pavilhão por volta das 5h30 da manhã no dia em que terminámos as pinturas.
Convém ainda lembrar que a música da peça, ao vivo, era tocada pelo Zé Barros e cantada por todos os intervenientes.

P.S - E é mesmo um Post Scriptum, lembrou-se o Luís que para a dita festa fomos ao Sr. Cabaço comprar uns frangos assados com o dinheiro que nos deram.