sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Decorações de Natal

A Paula enviou umas fotos de um presépio muito original que foi colocado no recinto da URCA.
Este presépio foi realizado por alguma senhoras da Associação de Reformados da Abrunheira, com o objectivo de dar um cheirinho a Natal ao espaço exterior.


Aqui ficam as fotos.




Venda de Natal

Da nossa amiga Paula recebi um e-mail com a seguinte informação:

" A partir do próximo dia 1 de Dezembro, e durante todo o mês, a Associação de Reformados da Abrunheira realiza uma venda de Natal, com artigos exclusivamente realizados pelas utentes no atelier de artes plásticas.
Se ainda não comprou as prendas de Natal, aproveite e faça-nos uma visita, se já comprou, visite-nos na mesma, pois ainda é possivel que falte alguma.
Podem visitar-nos, na Rua Humberto Delgado N.º 17 de 2ª a sábado entre as 9h e as 17.30 e ao domingo das 13H às 17,30."
Festas Felizes.
Paula

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

S. Pedro Solidário 2007



À semelhança de anos anteriores, esta Junta de Freguesia – Pelouro de Acção Social, procedeu a mais uma recolha de alimentos, com vista a ajudar aqueles que mais necessitam.Este ano, a Acção Social aliou-se ao Moto Clube do Linhó, para a recolha dos alimentos e posterior distribuição de cabazes de Natal à população carenciada da Freguesia.A recolha foi efectuada nos dias 17 e 18 de Novembro nos supermercados Super Cor, Feira Nova e Lidl Mem Martins.Com o pouco de todos, tornaremos o Natal de muitos um pouco mais feliz.
Fonte "site junta de freguesia"

Escola de Dança em movimento!

Sintradances

No próximo dia 1 de Dezembro, um grupo de Alunos N23 do SintraDanceS e o Grupo de Dança Moderna, KDance, vão abrilhantar o aniversário da Orquestra de Almoçageme.

Feliz aniversário e uma boa actuação.

Fonte "Sintractiva
"

Os dois irmãos...........

As conversas são como as cerejas, que é como quem diz, as histórias.
O Frederico dá a deixa o Silvestre completa. Assim é que é e aos poucos vamos conhecendo a Abrunheira de outros tempos.
Tenho procurado alguma informação, mas para além do cemitério pouco mais tenho encontrado, mas continuo a insistir.
Cá vai então a história dos dois irmãos:

"Tomando como deixa o texto do Frederico acerca da minha Tia Ermelinda…
E do meu Tio João, este, irmão do Meu Pai. Estes os dois, o Zé e o João muito amigos, e a partir de determinada altura da vida, inseparáveis. O João mais velho e o Zé, Meu Pai, que morreu primeiro. De boa saúde gozava, mas a trabalhar morreu. Foi quando eu tinha 22 anos.
Todos nós sentimos muito e muito mais a Minha Mãe, mas o João, o Irmão mais velho, no seu silêncio e com a vida muito grande contada em anos sofridos de trabalho e canseiras, sentiu de outra maneira. Combinou com ele próprio que sem o Irmão mais novo, a vida tinha ainda menos sabor, e então não ia fazer nada para lhe dar tempero. Sofreu muito o Meu Tio João com a morte do Irmão mais novo, O Meu Pai, que o acompanhava no final da sua vida grande contada em anos de canseiras.
O Meu Tio João, companheiro casado de muito tempo da Minha Tia Ermelinda, que era mulher ribatejana de Constância, que das aventuras da sua juventude no campo me contava enquanto amassava os bolos ou o pão, que bem fazia para comer em casa e vender levada pela Burra a puxar a carroça até à Abóboda ou, pelo outro lado até ao Monte Estoril. A mesma Burra e carroça que também levava pelos mesmos caminhos fruta que tanto eu gostava, porque eu ia com a minha Tia Ermelinda nestas viagens na carroça, e noutras alturas do ano, no Inverno, os queijinhos frescos porque ainda não havia legislação UE, e eram bons. O que eu gostava mais era dos pastéis de nata. Nunca mais comi iguais.
Como ia dizendo, o Meu Tio João que foi muito tempo contado em anos guardador de rebanhos de ovelhas e cabras, estava a chegar ao fim do Seu tempo. O Zé tinha morrido e ele nem sequer tinha mais rebanho de ovelhas ou cabras. Sem tempo, e com a vida por um fio, morreu muito pouco tempo contado em meses desde o tempo da morte do Meu Pai.
Paz Às Duas Almas."
Silvestre Félix
Novembro 2007

António Vieira - Poeta Popular

Através do Frederico chegaram-me alguns poemas de António Vieira. Estes poemas foram enviados ao Frederico por um amigo que diz, ainda não estar preparado para participar no blog. Tudo bem, recebemos com muito prazer os poemas, mas garanto que isto não custa nada, é mesmo sé escrever.

Marcha da U.R.C.A

Abrunheira é terra pobre
Mas é bem nobre,
O povo é feliz,
Toda a gente aqui produz
E encontra luz
Dá força ao “País”.

O brazão desta Nobreza,
é a certeza do amanhã…
e, assim vamos vivendo
bandeiras vamos erguendo
pela causa justa e sã.

REFRÃO-bis
Ergue-te moço!
Vê a razão!...
Combate em força
E reacção;
Rejeita as armas que te querem dar,
Batalha, batalha, mas a trabalhar


Tem a U.R.C.A sempre alerta
E bem desperta
Toda em porfia,
Com desportos e cultura
P`rá vida futura, é a luz do dia.

Tem gente a acarinhá-la
E a guiá-la
Eis as razões:
Querem que se siga em frente,
E o futuro de toda a gente
Tenha melhores condições

Abrunheira, 22-5-76. A. Vieira

Com estes poemas ficamos a conhecer mais uma das facetas de António Vieira.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Triste realidade!!!!!

Muito importante esta reflexão que o Frederico fez e resolveu partilhar connosco.

é mesmo para pensar e reflectir muito bem.


"Estamos em Novembro, com dias solarengos, e esquecemos que um dia destes a chuva, inevitavelmente, por aí virá. Pior é sabermos que um dia, este ano, no próximo, ou noutros, virá com mais força e, como sempre acontece, vamos ter cheias.

Já quase todos nós, cá no nosso cantinho, nos esquecemos do que aconteceu nas últimas grandes cheias que nos atingiram. Foi em 1983, a 18 de Novembro, e tivemos zonas alagadas na Av. Movimento das Forças Armadas, junto à ponte da Rua da Colónia, na zona onde hoje é a Honda e a Wurth, e ao longo de toda a bacia do Rio das Sesmarias. Também houve complicações noutros locais, mas de forma mais moderada.
Uma coisa, todos sabemos, sempre que chove a sério durante cinco minutos, o sistema de esgotos rebenta, as tampas metálica levantam e a água começa a sair por aí.

Nestes últimos 24 anos, nada foi feito para melhorar os sistemas de escoamento. Tanto quanto sei, não foi feito nenhum levantamento de zonas alagáveis e construiu-se muito, construiu-se sem ter em conta que, ciclicamente, chove mais do que é normal e que é necessário prevenir. Mas até agora, ninguém preveniu, nada!

A culpa é também de nós todos, que por exemplo impermeabilizamos os nossos quintais, contribuindo para que cada vez haja menos zonas com terra que possa absorver a água. Mas, para além de todos nós, há quem decida sobre o território da Abrunheira e sobre o que se pode construir, esquecendo estas questões. Um destes dias, dei comigo a olhar para uma imagem da Abrunheira no Google Earth e comecei a fazer um exercício mental sobre o que existia edificado e não impermeabilizado em 83 e o que existe agora, e fiquei impressionado com o que já foi construído e também com o que já está previsto, em alguns casos já com arruamentos feitos. Pensei: quando chover a sério, a água vai para onde? Resposta: para dentro das casas das pessoas, que nas últimas cheias já ficaram alagadas, mas desta vez ficarão com muito mais água, e também para algumas construções que entretanto foram edificadas em zona alagável, e mais não sabemos onde.
O último caso de atropelo de zona alagável, são os prédios amarelos que foram construídos atrás da padaria. Para aqueles que não se lembram, ali existia uma linha de água, pouco importante é certo, mas existia. E mais do que isso, o terreno tinha um desnível de 30 ou 40 cm em relação à estrada, o que permitia que um volume de água considerável ali ficasse retido e fosse absorvido e também evaporasse, como é normal.Também a zona industrial, junto à rotunda da bomba de gasolina, que nas últimas cheias foi bastante afectada, foi completamente impermeabilizada, com mais fábricas, mais parques industriais, mais estradas - mais tudo, menos estruturas para encaminhar a água das chuvas.Tudo isto para dizer que, quando chover de mais, as culpas vão ser do aquecimento global, do São Pedro, do cão do vizinho ou mesmo do vizinho, não vão ser nossas, nem daqueles que por nós decidem.Deixo-vos uma imagem da Abrunheira actual, para fazerem o mesmo exercício que eu fiz!

O último caso de atropelo de zona alagável, são os prédios amarelos que foram construídos atrás da padaria. Para aqueles que não se lembram, ali existia uma linha de água, pouco importante é certo, mas existia. E mais do que isso, o terreno tinha um desnível de 30 ou 40 cm em relação à estrada, o que permitia que um volume de água considerável ali ficasse retido e fosse absorvido e também evaporasse, como é normal.

Também a zona industrial, junto à rotunda da bomba de gasolina, que nas últimas cheias foi bastante afectada, foi completamente impermeabilizada, com mais fábricas, mais parques industriais, mais estradas - mais tudo, menos estruturas para encaminhar a água das chuvas.

Tudo isto para dizer que, quando chover de mais, as culpas vão ser do aquecimento global, do São Pedro, do cão do vizinho ou mesmo do vizinho, não vão ser nossas, nem daqueles que por nós decidem.

Deixo-vos uma imagem da Abrunheira actual, para fazerem o mesmo exercício que eu fiz!"

Frederico Madeira

terça-feira, 27 de novembro de 2007

SONDAGEM :::::::


Faltam 4 dias para fechar a votação, vamos lá a votar.

Não tenham medo! Esta votação apenas serve para que possamos apreciar quais as verdadeiras carências na nossa terra, que pelos comentários, se percebe serem muitas.


VOTE

Ti Mulata!!!!!

De novo o Frederico com as suas histórias:




"Muito antes de eu vir para cá, e deixei propositadamente para o fim, sei que existiu uma senhora que era tratada por "Ti Mulata". Esta senhora vendia café, também porta a porta, que transportava numa simples lata metálica. Transportava consigo alguns dos tradicionais cartuchos de papel manteiga onde vendia pequenas quantidades de café, uma quarta, uma meia, ou outra medida que o cliente pretendesse.
Ainda hoje há quem se lembre do cheiro e do sabor do café…"amargoso".

De fora ficam outros personagens menos importantes, ou alguns que só por si merecerão um texto, como os peixeiros, o Ti João e o "Vira-le as Costas", mas sobre eles não sei muito e deixo essa obra para algum conhecedor!

Hoje, a Abrunheira vive outra realidade. Estamos rodeados de grandes lojas, outras espreitam a oportunidade de se implantarem. Existem dezenas ou centenas de empresas nos parques industriais que nos envolvem, a maior parte delas não dá emprego a pessoas de cá, são impessoais para nós, não nos dizem nada. Muitas, já estão no e-commerce, sinais dos tempos - da lata de café aos cibernegócios! "


Para si que lê o nosso blog, deixo um apelo. Conte algo sobre a sua terra, de certeza que sabe alguma coisita que ainda não foi aqui escrita. Partilhe connosco. Não custa nada, é só escrever e enviar, eu faço o resto.
Aldeã

Vamos lá!!!!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A Ti Ermelinda e o homem do bofe!


O Frederico continua a contar-nos algumas histórias com personagens importantes na vida da nossa terra à 30 anos atrás.


"Muito presente, tenho ainda a "Ti Ermelinda", que era de cá, pelo menos para mim, já que já cá se encontrava quando para cá vim, há 36 anos. Vendia fruta, porta a porta, rua a rua, com a sua inseparável burra, a fruta não tinha aquele magnífico aspecto que hoje tem a que encontramos nas grandes lojas, mas tinha um sabor único, o sabor da Abrunheira e das terras.
Sei que o marido, que eu não conheci, ou no mínimo não me lembro dele, já entrevado e perante a teimosia da burra em zurrar - é isso que caracteriza os burros, serem teimosos - gritava a plenos pulmões para a Ti Ermelinda, "bate na burra, bate na burra…", expressão que hoje ainda usamos em casa quando, em alguma ocasião, é aplicável.



Havia também um senhor, cujo nome não sei nem nunca soube, que andava de mota a vender bofe! Não faço ideia do que é o bofe, peço desculpa pela ignorância, mas recordo a impressão que me fazia ver, naqueles antigos alforges de burro, o sangue a escorrer pelo chão quando ele parava! Não posso deixar de falar neste personagem pela importância que lhe era dispensada pela população. "

Frederico Madeira



Bem Frederico procurei e encontrei algo sobre o bofe, é mais ou menos isto:

Bofe= fressura dos animais (Conjunto das vísceras mais grossas de alguns animais, com pulmões, fígado e coração)

domingo, 25 de novembro de 2007

O que faz falta na Abrunheira???

Do amigo A. Bento recebi um e-mail com muito interesse para o desenvolvimento da Abrunheira:
"Aldeã, não querendo abusar da sua generosidade, propunha-lhe um desafio.
A Aldeã propôs fazer um blog para desenvolver um trabalho de pesquisa na Aldeia, não foi? E eu sugeria que para além de ouvir, propusesse em jeito de sondagem aos cibernautas navegadores o seguinte: o que acham que fazia mais falta na Abrunheira?
Aldeã, não querendo abusar da sua generosidade, propunha-lhe um desafio.
A Aldeã propôs fazer um blog para desenvolver um trabalho de pesquisa na Aldeia, não foi? E eu sugeria que para além de ouvir, propusesse em jeito de sondagem aos cibernautas navegadores o seguinte: o que acham que fazia mais falta na Abrunheira?
Por exemplo, entre outros:
Uma extensão do Centro de saúde?
Um posto da GNR?
Ordenamento do trânsito e passadeiras para peões?
Outros, quais?
Na aldeia muito se tem falado desta problemática, claro que existem divergências de opinião, mas de qualquer modo seria engraçado, existir um indicador que nos aproxima-se da realidade, sabemos ser só um indicador visto abranger só as pessoas que passam pelo blog, de qualquer modo, era já uma amostragem onde pudéssemos localizar as carências.
Que nos mostre logo há partida, se qualquer das coisas fazem ou não muita falta para o bem estar da população da nossa aldeia.
Então, aceita o desafio ou não?"

A. Bento

Mas é claro que aceito o desafio, é até bastante pertinente, uma vez que nos aproximamos de eleições, podemos ir já preparando um documento com as carências que posteriormente entregaremos a possiveis candidatos à autarquia (Junta e Câmara), para que desta forma possam preparar melhor a sua campanha.
Para já deixamos estas três sugestões a votação até dia 2 de Dezembro, depois podemos alargar mais um pouco ou apresentar outras sugestões que possam surgir.
Nos espaço "outras" não é possivel colocar a vossa sugestão, mas peço que a deixem em comentário nesta postagem. Depois faremos outra votação com as sugestões que forem apresentadas.
Não se esqueça, VOTE, a sua opinião(para nós) conta.
P.S A sondagem encontra-se na enquete abaixo do "contador de visitas"

Teste a sua mente!!




Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia correctamente o que está escrito.




35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3!


P4R4BÉN5

Fundação da URCA

O amigo e colaborador Silvestre Félix continua a contar a história da URCA.
FUNDAÇÃO
Capítulo I
"A Assembleia de Fundação foi bem concorrida e incluía também pessoal do antigo Grupo Desportivo. Estou a lembrar-se, por exemplo, do António Nascimento e do Francisco Cruz. Provavelmente estariam mais mas, no momento em que escrevo, não me recordo de mais ninguém.
Este dia 3 de Janeiro de 1975 foi um marco importante para a história contemporânea da Abrunheira, e devia ser comemorado com alguma dignidade. Durante alguns anos a data era assinalada como merecia, mas depois, foi-se perdendo o hábito.
Para quem não conhecia a época e as circunstâncias, é importante saberem que o Sócio da URCA, ou melhor , a Sócia, registada nesse dia com o número um, foi a Cristina Peniche. Tinha 14 anos, e a seguir era uma escadinha até aos 20 anos, que era os que eu tinha.
Neste início de 1975, o País vivia um trajecto revolucionário que depressa chegaria ao "verão quente" de 75, ponto alto do PREC (Processo Revolucionário Em Curso), com todas as fracturas inerentes às circunstâncias. Com a crescente influência dos diversos partidos políticos, por um lado, em cada um de nós, por outro em relação às instituições, começou a não ser fácil aguentar a unidade, marca d'água do nosso caminho anterior. Continuo a pensar que aquele núcleo duro foi conseguindo manter aquela dinâmica, agora adaptada a uma situação completamente diferente, porque garantiu a abertura política, do ponto de vista partidário. A nossa unidade foi mantida com ligações de alguns de nós a diversos partidos,
embora sempre de esquerda.
Entretanto preparamos o Carnaval de 75 com um programa de estalo. Como já tinha acontecido antes, o
Saraiva da serração disponiblizou umas instalações que tinha a servir de armazém, para apresentarmos o nosso programa. Foi um grande sucesso, e isso deu-nos mais força ainda para continuarmos, no entanto, era cada vez mais sentida a falta de instalações, não só para sede, mas local onde pudesse-mos desenvolver uma actividade cultural e recreativa continuada e devidamente programada.
Nesta altura, e a exemplo do que se passava um pouco por todo o País, começamos a inventariar possíveis locais abandonados, ou que pelo menos não estivessem a ser usados, afim de nos instalarmos e podermos desenvolver os nossos projectos. A discussão à volta desta temática não foi fácil, pois embora a prática estivesse banalizada por toda a parte, havia quem achava que não devíamos ir por aí, e, foi exactamente nesta fase, que a nossa unidade sofreu algum abalo. De qualquer maneira a lista dos locais possíveis estava feita, e a "Quinta do João da Batata" que há muito deixara de produzir batata, coelhos e outra criação, era apontada como favorita. Tudo muito em segredo, porque, tal como noutras coisas, a surpresa era decisiva para a coisa correr bem.
Entretanto eu tinha ido cumprir o "serviço militar obrigatório" a 3 de Março daquele ano de 1975, a uma segunda-feira , muito mal dormido e mal do estômago porque a festa de véspera na adega do Zé Carmo Silva, tinha sido de arromba. Oito dias depois estamos no célebre 11 de Março de 1975. Eu maçarico, deram-me uma G3 e fui para um cruzamento algures na Figueira da Foz, revistar carros (a G3 estava descarregada). Comigo estavam outros nas mesmas circunstâncias. A minha unidade era afecta ao MFA, de maneira que o lema era "tudo pelo PREC". Os dias para mim foram correndo na Figueira da Foz, até que nos vamos aproximando do primeiro aniversário do 25 de Abril. É claro que naquela época não havia telemóveis e mesmo os outros telefones não existiam em todo o lado, mas mais ou menos eu ia sabendo que as coisas na Abrunheira iam andando. Aí talvez no dia 19 de Abril, quando no quartel já se fazia as escalas, para ver quem votava para as "Constituintes" no quartel e quem tinha que ir a casa votar, recebo correio da Abrunheira, do Zé Carmo Silva, com uma conversa completamente enigmática. Era um jogo para eu descobrir o que tinha acontecido ou ia acontecer em 18 de Abril (dia anterior). A solução do problema era exactamente a "Quinta do João da Batata". O pessoal tinha "ocupado" a quinta. Consegui telefonar e falar com a minha Mãe, que me disse mais ou menos o que eu já sabia. Imaginem como eu fiquei, sem poder participar, sem dar o meu contributo, e tanto que havia para fazer e eu com uma G3 na mão a aturar gente que nos obrigava a brincar aos cowboys. Sorte a minha, tinha que vir a casa para votar no dia 25 de Abril. Ia poder estar com o meu pessoal. E vim ver e finalmente participar no acontecimento da semana; "A ocupação da Quinta". Participai no entusiasmo da quase totalidade da população da Abrunheira. Este dia 18 de Abril passou a ser comemorado como véspera do grande dia 25 de Abril.
A partir daqui a história da URCA é outra, será a própria Abrunheira, pois tudo se vai passar aqui. Nós queria-mos muito mais do que (que foi muito) veio de facto a acontecer. O nosso grande objectivo era a criação do Centro Social. "
….Continua….
Silvestre Félix
Novembro 2007

O Ti Américo


Mais uma história.
Ti Américo, quem não se lembra dele??

Muito pão lhe comprei....

E continua o Frederico.......

"Outra pessoa que faz parte do meu imaginário infantil é o Ti Américo. Durante largos anos, o Ti Américo vendeu pão, porta a porta. A sua chegada era anunciada também pela buzina da carrinha a tocar, julgo que três vezes.
Ao pé do talho, onde eu morava, a sua chegada acontecia mais ou menos ao meio-dia, muitas vezes tocava a buzina ao mesmo tempo que tocava a sirene dos bombeiros de São Pedro.
Enquanto vendia o magnífico pão saloio ou as clássicas carcaças a todas as pessoas da fila que se formava à porta da carrinha - muitas já estavam à espera antes da chegada da carrinha, outras esperavam pelo sinal sonoro - o irmão, do qual não consigo recordar o nome, ia de porta em porta fazer entregas às pessoas mais idosas ou debilitadas, levando o pão num saco de farinha, de papel, que transportava às costas, e na frente levava uma bolsa de pele com dinheiro para fazer os trocos.
Naquele tempo, a maioria das pessoas pagava o pão à semana ou ao mês. O Ti Américo apontava o que vendia, num maço de papel manteiga preso por uma mola preta metálica, o lápis de carvão atrás da orelha era uma amigo fiel deste simpático e bondoso homem.
Felizmente, ainda se encontra vivo e, tanto quanto sei, de boa saúde."

Frederico M.

O cemitério da Charneca - Parte II

Ainda do mesmo livro mencionado na 1ª postagem, retirei mais algumas informações que nos dão conta da existência do cemitério.

" Em 18 de Agosto de 1858, foi deliberado que se procedesse a pequenos arranjos na Ermida do cemitário da Charneca, e se plantem no mesmo cemitário alguns ciprestes e arbustos, fazendo-se quanto possível a limpeza e aformozeamento do mesmo, sendo eu secretário do encarregado.
Não sei se foram feitas a plantação de ciprestes e arbustos. Hoje nada existe.
Na reunião camarária de 3 de Março de 1859 foi lido um ofício da Administração do Concelho, chamando a atenção da Câmara para o estado em que se encontrava a ermida e o cemitério da Charneca. Não faz qualquer referência aos factos que originaram a feitura do ofício.
A Câmara deliberou marcar o dia 16, quarta-feira, para, antes da reunião, fazer uma inspecção ao cemitério, com intervenção de um mestre de obras.
No dia marcado foi, efectivamente, feita a diligência deliberada(...) na acta pode ler-se:
Tendo a Câmara inspecionado hoje o cemitário da Charneca e reconhecendo as dificuldades de continuarem alli os enterramentos já pela má qualidade do terreno que é pedregoso e barrento dificil de consumir os corpos, já pelo mau estado da Ermida; delibera-se que na 4ª frª 23 pelas dez oras (sic) se inspecione o Cemitério de S.Sebastião afim de conhecer-se se a área offerece a capacidade necessária para alli serem enterrados os cadaveres da freguezia de São Pedro - ou augmentando para esse fim.
Na acta do dia 23 consta o seguinte:
Tendo a camara examinado o cemitério de S.Sebastião conheceu que o mesmo tem a capacidade necessária para alli terem lugar os enterramentos de freguezia de S.Pedro de Penaferrim(...) Cessando por esta forma desde já os enterramentos no cemitério da Charneca, o qual será todavia conservado para o caso d'alguma epidemia(...)
Documentos antigos referem-se ainda a um cemitério de Vale de Porcas. Seriam dois cemitários muito próximo um do outro.(...)
O de Vale de Porcas existiu próximo deste lugar, nas trazeiras do conhecido chafariz da Charneca, um pouco abaixo de Ranholas. Daqui se tira a conclusão de que o cemitário da Charneca era também conhecido por do Campo da Lebre e de Vale de Porcas
O cemitério da Charneca foi benzido em 14 de Outubro de 1857 e, a suspensão de enterramentos, foi ordenada a 16 de Março de 1859.
Não durou dois anos!
A título de curiosidade, o cemitério de S. Sebastião situava-se atrás da cadeia Comarcã (onde é hoje a GNR- Sintra), numa área que abrangia toda a encosta entre as ruas João de Deus e das Murtas."
E assim ficamos a saber que em tempos muito remotos o cemitério era muito próximo da Abrunheira.

Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher




"Um dia por todas as mulheres do mundo 25 de Novembro
Em 1999, as Nações Unidas (ONU) designaram oficialmente 25 de Novembro como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.Antes desta indicação da ONU, o dia 25 de Novembro já era vivido pelo movimento internacional de mulheres. A data está relacionada com a homenagem a Tereza, Mirabal-Patrícia e Minerva, presas, torturadas e assassinadas em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.




A mulher sofre diversas formas de violência. Quando pertence às classes menos favorecidas, sofre a violência de classe. Quando não é branca, sofre a violência racial. Pode ser vítima de uma violência múltipla, por exemplo, quando é negra e pobre. No entanto, a mulher, independentemente da sua classe social, raça e idade, sofre também uma violência específica, de género, derivada da subalternização da população feminina. A organização social de género, atribui aos homens, prerrogativas que lhes permitem ditar normas de conduta para as mulheres, bem como julgar a aplicação correcta dessas normas.




Temos de eliminar a violência doméstica
A violência contra a mulher é um problema complexo, que não se resolverá de forma simplista. Encontrar soluções, representa um enorme desafio para o movimento feminista, para as mulheres em geral, e para todos os segmentos da sociedade. Tal como o problema do racismo, é um problema de todos e de nenhuma raça em particular, também, o problema da violência contra a mulher, é um problema de todos e não apenas das mulheres.A violência contra a mulher, é também, um problema de saúde pública. O reconhecimento deste facto, implica a qualificação e formação dos profissionais de saúde, para enfrentarem este problema. Na área educacional, é preciso lutar por uma educação não sexista. E preciso incentivar a elaboração de livros, de unidades didácticas, que explicitem as contradições de género e combatam as discriminações. Os docentes e outro pessoal, com trabalho nas escolas, devem ter qualificação e formação que lhes permita não terem comportamentos sexistas, e contrariarem, tais comportamentos nos alunos.É necessário desenvolver uma rede de casas abrigo. Oferecer qualificação e formação de recursos humanos, visando melhorar a qualidade do acolhimento.Finalmente, torna-se necessário travar uma luta, em todas as frentes, contra os preconceitos, estereótipos e tabus, que contribuem para difundir uma visão de subalternidade da mulher e, desse modo, legitimar a violência.As mulheres têm de continuar a trabalhar para conquistarem espaços de cidadania, fazendo valer os seus direitos e tendo uma maior participação política — nos cinco Poderes, movimentos sociais, sindicais, económicos, culturais, políticos – num decidido processo de ganho permanente de poder."
Fonte: Rede Feminista de Saúde e OCDE

sábado, 24 de novembro de 2007

Personagens com importância...

"Sempre que penso em escrever mais uma memória para o blog, lembro-me de centenas de outros temas sobre o passado recente da Abrunheira que seriam de muito interesse.
Desta vez, optei pelo comércio porta a porta, contando a história de alguns personagens que por aqui passavam mais ou menos ocasionalmente, o que mostra bem o que era esta terra há bem poucos anos.

Começo pelo incontornável "Pitrolino". Este senhor conduzia uma carrinha de caixa fechada e fazia, rua a rua, venda de materiais de mercearia e, inevitavelmente, de petróleo. A sua chegada era anunciada pelo apitar da buzina da viatura, e passados alguns momentos, a frente do seu estabelecimento, que era a lateral da carrinha, estava repleta de clientes que, ao longo dos anos, se tornaram fieis e que o visitavam sempre que por aqui se via. A última vez que me recordo de ver a carrinha por cá, talvez já não fosse a mesma pessoa, mas um filho do primeiro, e terá acontecido num período que medeia entre 5 e 10 anos atrás.
Outro acontecimento de índole comercial, mas também lúdica, e que juntava muitos dos moradores, era o aparecimento de umas camionetas de grande dimensão que vendiam artigos para o lar. O que alertava a população cá da terra era a música estridente que ecoava pelos megafones e que podia ser ouvida em todo o lado.
Normalmente, estas personagens apareciam ao fim da tarde e desapareciam ao crepúsculo, da mesma forma como apareciam.
O "staff" do estabelecimento comercial ambulante era constituído por duas ou três pessoas da mesma família. Uma delas, normalmente uma senhora, começa uma lenga-lenga para vender, por exemplo, um cobertor - falo do cobertor porque tenho esta imagem presente:
- Ora muito boa tarde minhas senhoras e meus senhores, hoje trazemos a esta simpática aldeia alguns dos mais inovadores produtos que podem ser encontrados nas melhores fábricas e casas da especialidade do país!
Hoje temos para vos oferecer este magnifico cobertor que numa loja da especialidade pode custar quinhentos escudos ou mais, quinhentos escudos minhas senhoras e meus senhores, mas hoje, especialmente para V. as Ex.as, não vai ser vendido, nem por quinhentos, nem por quatrocentos, mas apenas por trezentos escudos, só 300 "méreis", minhas senhoras e meus senhores. E quem comprar não leva só um cobertor, leva dois, dois, dois magníficos cobertores e para não ficarem tristes ainda recebem um magnifico faqueiro, oferta da casa!
Depois da lenga-lenga repetida duas ou três vezes lá se ouvia:
- P`ra aquela senhora, Manel, sai um magnífico conjunto de cobertores, por 300 "méreis" e um também para aquele senhor ali atrás.
Bem, as ofertas iam tanto quanto me lembro, de 20 "méreis" - um Santo António verdinho, até 500 ou mesmo mil escudos.
Não consigo precisar desde há quanto tempo isto não acontece, já se varreu da minha memória e não consigo encontrar nenhuma referência temporal para lá chegar.
Este espectáculo acontecia, desde que eu me lembro, em frente à tasca da Ti Emília."
Frederico Madeira
CONTINUA....

Decorações de Natal

Estas fotos não são da Abrunheira. Apenas servem de exemplo.


Em anos anteriores observei bastantes vivendas, andares, lojas, etc. decoradas e bem para receber o Natal. Este ano gostava de lançar aqui um desafio. Mostrar neste blog o quanto as gentes da Abrunheira são "vaidosas" e gostam de mostar bonitos ornamentos de Natal. Já tive oportunidade de ver alguns, que em breve mostrarei, mas gostava de mostrar todos, por isso se passar por alguma casa decorada tire uma foto e envie, se não tiver oportunidade de registar então mande a localização que a foto aparecerá.
Não pretendo realizar nenhum concurso, o objectivo é apenas divulgar .

Conto convosco para mostrar aqui as belezas natalícias da nossa bela terra.

Opinião

Na nossa amiga Alda recebi um e-mail com alguma informações sobre as actividades na Urca.
Cara Aldeã
Permita-me discordar de Sandra quando num dos comentários dela sobre a URCA, diz que as actividades são muito pouco abrangentes, pois eu respondo o contrário e digo mais sobre essas actividades,para quem não sabe há bastantes para todos os gostos, idades e sexo.Começando pelas danças de salão, dança moderna hip-hop, karaté, dança do ventre, stepmix,atletismo, aerostep localizada, acho que não me esqueci de nenhuma se aconteceu peço desculpa.O problema que se depara na URCA é que a direcção não consegue fazer nada pois são poucos e não tem ajuda de lado nenhum .Precisavam de fazer algo para angariar fundos para puderem fazer umas pequenas obras e serem mais reconhecidos ,por exemplo: Organizar um mês cultural todos os anos e apresentar ao longo do mês vários temas e actividades, pedir na altura desses eventos aos estabelecimentos que patrocinem nem que seja para terem o nome nos cartazes, mais coisas,na altura fazer também um bazar para recolha de fundos, fazer mais apresentações das actividades, fazer bailes para chamar os nossos jovens que estão muito afastados deste tipo de coisa há que incentivá-los com festas próprias pra a idade deles, sei lá n. n.n.n. de ideias que se podem pôr em prática é só preciso que haja ajuda e não criticas.
Obrigada
Cara Alda, das actividades que referiu poucas são para crianças pequenas e penso que era a isto que a amiga Sandra se referia.
Quanto a dizer que na direcção da Urca são poucos, penso que nem sequer o deveria dizer, pois uma direcção deve funcionar no mínimo com 9 elementos, agora se eles vão saindo é um problema que os restantes elementos devem resolver, substituindo pelos suplentes, mas se já nem esses existem, então, se não estão presentes o número de elementos para fazer andar uma colectividade devem convocar novas eleições.
Ainda, se são poucos porque não fizeram assembleia para eleição de novos corpos gerentes no tempo que lhes competia( Março ou Abril)?
Quanto a ajudas, acredito que sim, mas isso é a direcção que tem de o fazer junto dos seus sócios(sócio é aquele que tem as quotas em dia), é pois uma forma de envolver a comunidade.
Quanto às actividades, julgo que apenas utilizam o espaço da Urca, pois se fossem dinamizadas pela Urca todos os seus participantes deveriam ser sócios, o que não é o caso, não sei se em todas as actividades, mas em algumas a grande parte não o é.
Que vantagem tenho em ser sócio se ao contrário do meu amigo que não é sócio, eu pago mais pela actividade (mensalidade e quota) e ela apenas paga a mensalidade. Já que admitem quem não é sócio então deveria existir uma diferença na mensalidade, desta forma talvez o número de sócios aumentasse, logo mais verbas a entrar, ou não será??
Estou de acordo consigo quando diz que deveriam fazer algo para serem reconhecidos e angariar fundos, deveriam ser uma peça fundamental na vida da comunidade, quanto a festas bailes etc, também estou de acordo que o devem fazer, embora sabendo que os primeiros provávelmente serão fracos, mas é tudo uma questão de hábito. Como há tantos anos que a actividade é fraca, as pessoas não aderem, mas há que insistir, se noutras terras se consegue retomar, e com sucesso, as actividades de antigamente porqe não conseguir também aqui?
Pode ser que hoje apareça uma direcção pronta a levantar a Urca, eu cá estarei para ajudar.
SE É SÓCIO, HOJE PELAS 17 HORAS, NA SALA DO SÓCIO REALIZA-SE ASSEMBLEIA GERAL PARA APROVAÇÂO DAS CONTAS DE 2005/2006 E ELEIÇÂO DOS CORPOS GERENTES PARA 2008/2009.
NÃO FALTE; A URCA PRECISA DE SI.
Aldeã

Habitantes importantes.............

O "Ti Faneca"
E o Faneca Velho toca, toca… e o pé bate, bate… e o cigarro no canto da boca, arde, arde… e os pares dançam, dançam, dançam…. até que, o Rafael Coxo, faz sinal ao Faneca Velho, e a concertina pára.… e o Rafael Coxo sobe ao palanque, e diz do alto da sua sapiência: "Alto e para o baile, …. É favor os Cavalheiros levarem as Damas ao bufete!" E o Faneca Velho volta a por a concertina a jeito e lá começa a tocar, a tocar… e o pé a bater, a bater… e tudo volta ao mesmo, só os Cavalheiros é que não acham graça à intervenção do Rafael Coxo, é que, nestas coisas, o Rafael Coxo é Mestre. A ciência toda está em saber, ou calcular, qual é a moda em que o Rafael Coxo manda as Damas ao bufete, é que para os Cavalheiros, cinco ou dez tostões é dinheiro, e uma gasosa ou uma laranjada é o bastante para lhe levarem o que sobrou para o fim de semana, e nem sempre a Dama o merece. Mas, não pode ficar mal à frente do pessoal, e regra é regra. O cigarro do Faneca Velho está a chegar ao fim, quase lhe queima os lábios, que habituados já estão destas queimadelas, e é o tempo para a moda chegar ao fim. O cigarro é como se fosse uma ampulheta, mede o tempo da tocadela assim como o bater do pé mede o compasso da moda.
Os pares desfazem-se, os Cavalheiros regressam ao seu sítio do lado da porta e em frente ao balcão do bufete, por detrás dos dois bancos corridos que estão ali exactamente para marcar o terreno. As Damas, vão para o assento ao lado da sua Mãe, ou de quem está encarregado de controlar com quem a Dama dança, sim, porque essa coisa de ir ao baile tem muito que se lhe diga. Os assentos das Damas e suas acompanhantes são os conhecidos bancos corridos de madeira, dispostos em volta do recinto de dança.
Os Cavalheiros que têm tostões de sobra bebem o seu copo, olham as Damas, ensaiam sinais conhecidos ou piscadelas de olho, e um deles grita ao Faneca velho " Oh Ti Faneca, toque uma devagarinho!", e o Faneca Velho, que destes pedidos está ele farto de ouvir, e também porque tinha tanto de malandreco como de cabelo em falta na cabeça, põe a mão em jeito de funil na orelha, e responde bem alto para o Cavalheiro atrevido; " O quê ?? um corridinho ?? É pra já!" E antes que o interlocutor consiga reagir, já se ouvem os primeiros acordes dum corridinho do Algarve, daqueles mesmo muito rápidos.
E o "Ti Faneca" com a sua concertina às costas, pedalando a sua bicicleta, corre, corre… estrada acima, corre, corre…estrada a baixo, Linhó, Albarraque, Manique de Cima e Manique de Baixo, Mem Martins, Casais de Mem Martins, Ranholas, Lourel, Várzea de Sintra, Ribeira de Sintra e… até onde o chamam para tocar uma moda devagarinho ou um corridinho do Algarve….
Nota: O "Velho" em Faneca é sinónimo de respeito, e o Coxo do "Ti Rafael" era alcunha, porque felizmente o "Ti Rafael" não era deficiente motor.
São ambos figuras relevantes da nossa Abrunheira. O "Ti Faneca" era um Artista e Bom Homem conhecido em todo o Concelho de Sintra e Cascais e deve ter morrido nos finais da década de 60 princípio de 70. O "Ti Rafael " meu tio, era O "animador de serviço". Grande entusiasta da vida associativa da nossa Terra. Era da sua responsabilidade a realização dos bailes, enterro do bacalhau no entrudo, e tudo o que era diversão. Quando havia uma festa, uma baile, lá estava o "Rafael Coxo". Penso que morreu no princípio da década de 80.
Silvestre Félix

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Cemitério data de 1857!!!

Depois da história do amigo e colaborador Frederico Madeira, sobre um possivel cemitário na Charneca, lancei-me na pesquisa e eis o que descobri:
Toda a informação que passo a transcrever foi retirada das Obras de José Alberto da Costa Azevedo-V, Memórias do Tempo.
Cemitério da Charneca
Este cemitário, que também foi conhecido por cemitério do Campo da Lebre, situava-se num terreno abaixo de Ranholas que fica por detrás do chafariz que ali existe, possivelmente, de construção anterior.(...) não se vislumbra qualquer vestígio de ter ali existido um cemitário, nem sequer da capela, a qual é referida em vários documentos.
A confirmar a existência de uma capela, temos a acta de reunião camarária de 30 de Abril de 1857, que diz:" Que tendo a Câmara feito vistoria à obra da Ermida do cemitério da Charneca, reconheceu ser indistensável a construção de mais uma casa em tudo igual à sacristia, a qual ficou logo justa com o arrematante daquela obra por mais setenta mil reis que por forma fica aprovada."(...)
A acta de reunião da edilidade, de 23 de Setembro de 1857 diz que foi deliberado que se "officie ao Reverendo Vigario da Vara para dar as providencias necessárias afim de ter lugar a Benção do cemitério da Charneca e das Imagens para o mesmo".
(...) Não encontrei o auto da benção e, sendo de admitir que nenhum enterramento se faria sem a prévia benção, de admitir é, também, que o cemitério se inaugurou em 14 de Outubro de 1857.
Continua...........

Mais um forno!

Do amigo A. Bento recebi este pequeno desafio. Será que alguém se quer juntar a ele?


"Amigos, deixo-vos aqui os trabalhos de casa, para irem pensando no fim-de-semana, é algo que seria muito engraçado, faz parte história da Abrunheira, já fez parte dos meus sonhos, abandonei por falta de tempo, agora aproveito para divulgar a ideia e lanço o repto, logo se verá se há alguém que queira tomar a iniciativa, eu ajudo, mas isto requer algum tempo, vontade e muita organização.
Eu já tive ocasião de falar disto ao antigo Presidente da Junta, que achou a ideia muito engraçada, mas já não deu para continuar porque entretanto acabou o seu mandato.
Como devem saber a Abrunheira teve pelo menos três fornos de cal, dois já foram destruídos, mas um ainda continua de pé, um bocadito degradado é certo, mas ainda dá para recuperar, se houvesse alguém interessado em falar com o dono e com a autarquia, porque não faze-lo funcionar? Pelo menos uma vez no ano, para mostrar às novas gerações a importância que teve a cal em pedra numa determinada época. Hoje ainda é possível encontrar pessoas que trabalharam nesses fornos, que talvez ainda pudessem ser úteis para dar umas dicas.
É evidente que se algum dia ele vier a funcionar, será muito provável que os amigos do ambiente se levantem para reclamar do fumo que produz a queimar a lenha, mas antigamente era assim, e o planeta era mais limpo, e quem lá trabalhou, fumava bem e bebia melhor, morreu de morte natural e com mais de oitenta anos.
Actualmente aqui na Abrunheira, no Inverno, temos noites que na rua mal se pode respirar com o fumo emanado pelas chaminés das lareiras, se abrimos uma janela a casa fica toda perfumada, mas temos que viver com isto, a diferença não deve ser muito grande."
A. Bento

Assembleia de Freguesia de S.Pedro de Penaferrim


Da amiga Margarida Paulos recebi a informação de que se irá realizar, no dia 28, próxima 4ª feira, pelas 21h, na delegação da Junta, na Abrunheira, uma sessão extraordinária da assembleia de freguesia, solicitada pela Bancada do Partido Socialista, com o objectivo de clarificar várias situações surgidas nos últimos tempos, sobretudo no que diz respeito, ao relacionamento do Executivo com a assembleia e com os funcionários e outras questões levantadas na última sessão .


Divulgo esta assembleia porque penso que é de extrema importância para todos os moradores, a nossa presença é sempre muito útil, pois desta forma o executivo tem conhecimento "in loco" das difuculdades por que passamos diáriamente. Por isso se tiver oportunidade não deixe de comparecer.


ORDEM DE TRABALHOS:
1-Constituição de um grupo de Trabalho na Assembleia, com o objectivo de proceder à análise das sugestões e elaboração de um parecer sobre o Processo de Consulta Pública no âmbito do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental do projecto«Variante à EN249-4 entre o Nó da A5 eAbrunheira».
2-Necessidade de clarificar as competências da Junta e seu Presidente e da Assembleia e respectivo Presidente.

2.1-Relacionamento institucional entre os vogais da Junta e a Assembleia,bem como com o pessoal da autarquia.
3-Ponto da situação da implementação do SIADAP(sistema integrado de avaliação do desempenho da administração pública) ao pessoal da autarquia.
4-Solicitação de resposta do Presidente a diversos assuntos levantados na última Assembleia e que ficaram pendentes, pela saída do Presidente antes do encerramento dos trabalhos.

A possível existência de um cemitério ou algo parecido.

Do amigo Frederico Madeira, recebi um e-mail com mais um pouco de história sobre a nossa terra e zona limitrofes.

A foto aqui colocada serve apenas para ilustrar o texto, nada tem a ver com o referido local.

"Esta história já estava prometida há algum tempo. Hoje, tive conhecimento de mais alguns pormenores que já dão para estruturar o texto e que podem indicar alguma importância da Abrunheira e arredores em tempos idos.
Para lá do actual IC 19, na zona que é conhecida por “Charneca”, que corresponde à área envolvente ao início da estrada que passa em frente à antiga Samsung, poderá ter existido, e digo poderá, porque não encontrei até ao momento nenhum documento que o comprove, um antigo cemitério.
A história foi-me contada de viva voz, pelo meu sogro, que conheceu fisicamente o lugar e viu por diversas vezes ossos humanos naquele local, e é passada no início dos anos 50.
Nesta zona, existiam dois casais: o Casal novo, onde ele viveu, e o Casal da Charneca. Os casais eram constituídos por uma casa de habitação, estábulos e hortas adjacentes, e mais alguns terrenos de cultivo, separados fisicamente entre si, mas que pertenciam aos casais.
Um desses terrenos, que pertencia ao Casal da Charneca, era isolado dos outros por um muro em toda a volta, tinha a forma aproximada a um quadrado com 150 metros de lado. Nesse terreno, existia a um canto uma ruína daquilo que poderia ter sido uma capela ou orada. Frequentemente, quando o terreno era lavrado e era feita uma cava profunda, que julgo se chamava”alquevar”, apareciam os ditos ossos humanos. Todos estavam habituados a estes estranhos achados, dada a sua frequência, e os terrenos continuaram a ser semeados, numas alturas de trigo, noutras de outros cereais, até a agricultura desaparecer como forma de sustento das populações desta zona.
Curioso é que, nesta fase, o leite do Casal Novo chegava à Abrunheira de burra, e os terrenos ainda eram trabalhados com juntas de bois, só mais tarde os tractores começaram a ser a força motriz da lavoura.);

Curioso é que, nesta fase, o leite do Casal Novo chegava à Abrunheira de burra, e os terrenos ainda eram trabalhados com juntas de bois, só mais tarde os tractores começaram a ser a força motriz da lavoura."

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Actividades da Associação Idosos

O amigo A. Bento enviou um e-mail onde nos mostra toda a actividade da Associação que preside:
Associação Unitária dos Reformados Pensionistas e Idosos da Freguesia de
S. Pedro de Penaferrim
I.P.S.S.


Filiada na C.N.I.S. e U.D.I.P.S.S.
N.I.F. 501 607 870
Rua Humberto Delgado, 17
Abrunheira
2710-052 Sintra
Tel. Fax. 219 259 294/Telem. 969 160 745
e-mail: a.r.abrunheira@sapo.pt
Valências: Centro de Convívio em acordo c/ Centro Regional de Segurança Social, para 25 utentes.

Actividades Desenvolvidas

CULTURAIS
Visitas a Museus, Palácios, Castelos e outros locais de interesse.
Deslocações a Teatros (Lisboa) e a Revistas e Teatros no Concelho
Actuações com o nosso Grupo Coral, (VOZES DA ABRUNHEIRA)

RECREATIVAS
Bailes (anos 60)
Almoços e Pic Nics
Festas mensais de aniversário dos sócios (inactiva em 2007 por falta de aderência)
Festas de aniversário da Associação
Festa de Natal dos nossos idosos

DESPORTIVAS
Ginástica de gerontomotricidade duas vezes por semana c/ 30 pessoas ás 9h30m (organização da Associação) comparticipado pelos praticantes.
Aulas de hidroginástica (comparticipadas) duas vezes por semana c/ 36 pessoas, (em parceria com a Junta de Freguesia de S. Pedro de Penaferrim), ás 9h30m, com transporte da Junta de Freguesia.
Aulas de hidroginástica (grátis) uma vez por semana c/ 8 pessoas (em parceria coma D.S.A.S. da C.M.S) ás 16h30m, com transporte da Associação Reformados.

LAZER
Trabalhos manuais (diversos) ás 2as e 5as feiras das 14h ás 17h
Praia no Mês de Agosto (duas semanas)
Passeios e excursões

SAÚDE
Vigilância e controlo da T.A.
Vigilância e Controlo da Diabetes

EDUCAÇÃO
Ensino recorrente para adultos com idades entre os 60 e 80 anos, com acompanhamento de um professor enviado pela D.R.E.L. (inactivo em 2007 por as condições que temos não se ajustarem ao programa da DREL)



HORÁRIOS PRATICADOS NO CENTRO DE CONVIVIO

De segunda a sábado das 9.00 ás 18.00
Aos domingos das 13.00 ás 18.00

GRUPO CORAL

Ensaia ás 4as feiras das 16h30 ás 18h

SÓCIOS E LIMITE DE IDADE

Não há limite de idade para ser associado, actualmente os sócios encontram-se numa faixa etária entre os três e os noventa e cinco anos.

O número de sócios até 30 de Dezembro de 2006 era de
320


NOTA

As aulas de ginástica, as festas de aniversário da Associação, festa de Natal, as Assembleias-Gerais, e todos os eventos que tenha de comportar mais de 30 pessoas, são efectuadas no pavilhão da URCA, gentilmente cedido pelas Direcções, em virtude da Associação não possuir condições próprias para o efeito.
Isto é que é vontade de fazer algo, pois do que conheço das instalaçoes que possuem , toda esta actividade é uma grande aventura. Não desistam porque de certeza os utente agradecem.

Sesmarias........

Se alguém quiser saber alguma história sobre a Abrunheira, basta visitar o nosso blog, porque o Sivestre faz o favor de contar
E esta heim...........

"Por todo o nosso País, pelo Brasil e em todas as outras Terras que foram colónias deste império, há referências a este nome, comprovando assim a importância desta lei, promulgada a 28 de Maio de 1375 pelo Rei D. Fernando I em Santarém.
A nossa região não é excepção, e, decerto, o nome dado ao rio aqui na Abrunheira, é uma herança de há 632 anos. Tal como acontece por todo o lado, o nosso rio das Sesmarias, já não tem a importância que tinha, vejamos alguns exemplos naquele (ido) presente: Porque nos servimos dele, tratamo-lo com todo o cuidado, está sempre limpinho. É da sua água que regamos as hortas, a sua água dá de beber à sede dos nossos animais, na sua água, em sítios bem definidos, as nossas Mães/Avós lavam a roupa, ainda num ou noutro local, conseguimos fazer pequenas represas para que, quando o calor aperta, a gente consiga disfarçar a distância da praia do mar. Neste mesmo rio, lá pró Carnaval, podemos apanhar inguias às dezenas e também os bons agriões porque da outra salada é preciso comprar semente, deitar na terra e esperar que cresça.
Quando ouvirem dizer que existe um rio que passa na Abrunheira e vai correndo, agora já não se sabe muito bem por onde, até à costa de Carcavelos, digam alto que o seu nome é: SESMARIAS. "

S. Félix

Sim, a Abrunheira já teve um campo de futebol!

As coisas que o Frederico sabe!!!
"Este espaço é agora cortado pela antiga Rua do Aviário, agora Rua 1º de Maio. Quando se sai do cruzamento e se sobe a rua, ainda se podem encontrar alguns vestígios do campo, na zona à direita onde não existem moradias. Ali, ainda se vêem algumas das pedras que faziam a vedação do dito campo. A orientação era Norte/Sul e, tanto quanto sei, aquelas pedras correspondem ao topo Sul.
Como não sei em que ano foi desactivado e muito menos quando foi construído, deixo este tópico para que alguém que saiba mais do assunto possa contar esta história."
F. Madeira
Obrigado Frederico por mais esta, isto nem eu sabia.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O Natal está aí........

Notícia retirada do Jornal Cidade Viva de 20/11/2007


"As iluminações de Natal vão encher de luz o Centro Histórico e a Vila de Sintra. A 23 de Novembro, às 18H00, o Presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara, vai acender as cerca de 720 mil de luzes que vão enfeitar as ruas da vila até 7 de Janeiro. O Largo do Palácio da Vila, bem no Centro Histórico, estará "coroado" com uma enorme árvore de Natal, com 15 metros de altura, 6 metros de diâmetro, 4 toneladas, mais de 5 mil lâmpadas e flores de Natal.Das artérias iluminadas destaque para a Av. Heliodoro Salgado, Estefânea, Largo Afonso Albuquerque, Volta do Duche, Largo Rainha D. Amélia, Praça da República, Rotunda do Ramalhão, Largo Chão de Meninos e Largo da Feira de S. Pedro.De destacar, ainda, a utilização da tecnologia mais avançada em termos de iluminação, com a colocação de lâmpadas "led" (lighting emiting diodes), com um baixíssimo consumo, com uma durabilidade superior e com um intensidade de luz também muito superior."




Fonte: CMS

Associação Reformados da Abrunheira

Mais um pouco da história da Associação que me foi enviada pelo seu Presidente A. Bento.


Aldeã, tenho acompanhado este blog, onde tenho dado algumas dicas, e só no princípio dei um cheirinho sobre a Associação de Reformados e Idosos da Abrunheira, por ter aparecido alguém a falar do recorte de um jornal que falava da história da Associação, é verdade, mas a história é muito mais completa. E devo confessar-lhe já, que não é tão fácil ser voluntário, como por vezes nos querem fazer crer. Como Presidente desta prestigiosa casa desde 03 de Novembro de 2001, (é muito tempo) prometo fazer chegar a pouco e pouco algumas coisas de interesse, de modo a não saturar os cibernautas, para que possa estimular o apetite de quem visita o blog e, de uma maneira ou de outra tentar criar uma alguma curiosidade, (para vender muito)
Mas para já e para nos situar-mos, começo por dizer-lhe que esta Associação é uma IPSS, é também das mais antigas do Concelho, que se encontra localizada num terreno doado ao Município de Sintra, estando aí instalada a URCA, a Associação ocupa uns barracões que outrora foram as coelheiras da Quinta, que depois foram adaptados da melhor maneira na época, para albergar os associados, uma situação PROVISÓRIA, que vai fazer vinte e cinco anos no dia 23 de Março de 2008. Não me aventuro a falar de dificuldades, posso é dizer que, com todas as contrariedades nós conseguimos fazer mexer esta casa, fazer com que nos conheçam, mostrando o que somos o que fazemos, e o que queremos, não escondemos nada, agrade ou não. Mas sobretudo interessa fazer com que os idosos não fiquem fechados entre quatro paredes, defronte da caixinha preta que mudou o mundo e os hábitos, contribuindo para obesidade, por não conseguirem digerir todas as telenovelas dos vários canais (desde as 6h ás 24). Para depois no maior desrespeito serem abandonados ou depositados no (Velhão, está muito em moda, é uma espécie de contentor para não aproveitamento ou reciclagem.)
A seguir mostro aquilo que fazemos ao longo do ano, e mais uma vez convido todas as pessoas a visitar-nos, para terem uma noção de como não é fácil desenvolver as tarefas dentro do espaço físico que possuímos. Aproveito também, para divulgar que no dia 25/11/2007 Domingo pelas 14horas se realiza a nossa Assembleia-Geral, para aprovação do Orçamento Previsional para o ano de 2008, contamos com os sócios.
Esta casa já teve no meu mandato, com muito custo e um certo prazer, as visitas de várias entidades, tais como a então Presidente da Câmara Municipal de Sintra a Exma. Dra. Edite Estrela por duas vezes, o Exmo. Dr. Fernando Seara por duas vezes, o Vereador da Acção Social Exmo. Dr. Marco Almeida por três vezes o Vereador da Acção Social Exmo. Dr. Lacerda Tavares por três vezes, para alem dos Presidentes da Junta de Freguesia Sr. António Paulos e Sr. Fernando Cunha, e outros membros dos executivos, portanto conhecidos devemos ser, com que rótulo é que desconheço.
Continua.....
Mais uma moradora que se junta ao nosso blog. Seja bem vinda Alda.

Cara Aldeã,
Não sou filha da terra,mas considero-me como tal, pois estou cá há 11 anos e fui muito bem recebida por esta gente tão simpática, tenho muitas amizades de que me orgulho e também já tenho uma filha que foi gerada aqui, portanto já faz parte da familia.
Quero com isto dar os parabéns pelo Blog pois é uma mais valia para tudo que vier de bom para a Abrunheira, e obrigada pelos comentários esclarecedores a respeito das histórias ao longo destes anos todos, pois para os nossos jovens é bastante interessante(e falo pelos meus filhos que já ficaram interessados e querem saber mais).Continuação de muitas descobertas e que através deste blog se abram portas para um futuro melhor dentro desta comunidade.
ALDA

Obrigado Alda, mas este blog, apesar de pensado e elaborado apenas foi um começo, pois sem os maravilhosos colaboradores que vou angariando seria impossivel chegar até aqui.
No fundo estamos todos de parabéns.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Escola Nova

O Frederico enviou estas belas fotos, do 1º ano da escola nova da Abrunheira.



"A inauguração desta escola aconteceu por volta dos anos de 78 ou 79. Encontrei estas fotos dessa altura. Uma, a preto e branco, que corresponde à minha turma, logo que foi a inauguração. A outra, a cores, que será do mesmo ano ou do ano seguinte, não consigo precisar, mas existem alguns pormenores que podem indicar ter sido tiradas as duas no mesmo ano. Isto porque a escola quando foi inaugurada estava em fase acabamentos.
Da foto a preto e branco para a foto a cores, pode ver-se que, por cima das nossas cabeças, apareceu um ponto de iluminação. Por outro lado, se virmos com atenção nas fotografias, as sombras são de uma estrutura que estava construída, mas que não tinha ainda telhas, e julgo que no ano seguinte já tinham sido colocadas as chapas de fibrocimento que lá estiveram durante alguns anos.
Sujeito a erros temporais, aqui fica mais uma memória. "
Obrigado Frederico pelo seu contributo

Abrunheira = Brasil

Sabe que a Abrunheira é também conhecida por Brasil e os seus habitantes, como não podia deixar de ser, por brasileiros?
O Silvestre Félix explica-nos porquê.
PORQUE NOS ALCUNHARAM DE "BRASILEIROS"
Já se vai ouvindo cada vez menos, mas ainda se diz uma ou outra vez, e sempre da boca de pessoas mais velhas que eu, referindo-se à Abrunheira como "Brasil". Pois é, o que teremos a ver com o Brasil…
O feito dos nossos heróis, Gago Coutinho e Sacadura Cabral, saindo de Lisboa no hidroavião "Lusitânia" em 30 de Março de 1922, fazendo a rota do Atlântico Sul e chegando ao Rio de Janeiro no Hidroavião Santa Cruz a 17 de Junho de 1922, teve um alarido muito grande em todo o País. Era uma época em que os valores e a auto-estima estavam de rastos por cá (onde é que já ouvi isto??), e então, um feito destes, sim porque esta viagem dos dois Portugueses, foi um marco muito importante na evolução da aviação civil entre os dois continentes, era suficiente para dar ânimo e esperança a esta Gente.
Na Abrunheira o acontecimento também foi vivido com o entusiasmo inerente. Foi de tal forma que houve quem quisesse imitar os Heróis Nacionais.
Um dos protagonistas, não me lembro do nome mas lembro-me da pessoa, morava num casal onde é hoje a rua da escola , em frente à Rua de S. José. Acho que era família do Mário Martinho. De quem me lembro bem era do "Coutinho" marido da Judite Caracol. Ora a quinta do Caracol Velho (que fumou cachimbo até morrer muito Velho) era quando se desce a Rua Humberto Delgado, a seguir à Quinta do Azevino do mesmo lado. Pois o Coutinho, genro do Caracol Velho, era homem de músculos. Por mais de uma vez, na taberna do Faial, hoje da Viuva e Filha Isabel do António José, que morreu há relativamente pouco tempo, por mais de uma vez, dizia eu, este homem, que se chamava Coutinho igual ao Herói que voou com o Sacadura até ao Brasil, levantou com os dentes um barril de vinho de 50 litros. Este Coutinho ainda me lembro de o ver, de picareta nas unhas (mãos) a abrir valas para a colocação da água canalizada que vinha aí à pressa, pois já estava atrasada, mas finalmente quase a chegar à Abrunheira.. Era um homem forte até começar, à medida que O tal Tempo, a curvatura do peso do (outra vez) Tempo contado em anos de idade, que começaram a ser muitos, e também me lembro de ver este Coutinho arrastando os pés pesados pelo Tempo que passou.
Quando ainda eram fortes, lá por alturas de 1922/23, e como também queriam ser heróis, o Coutinho e o Outro (que me desculpem a ida da memória) construíram como puderam, e com a ciência que a vivência lhes deu, um avião à semelhança do "Lusitânia" mas aí com um terço do tamanho ou menos, para poderem utilizar como rampa de lançamento um "zambujeiro" (parente pobre da oliveira) aqui por cima das "pateiras". Claro que a rampa de lançamento não foi suficiente para que o Coutinho e o Outro conseguirem concretizar o seu sonho… voar como faziam os pombos, as rolas, os melros, sim… porque o Lusitânia ou qualquer outro avião eles nunca viram, daí acreditarem que bastava construírem uma coisa com asas para poderem levantar voo e irem até ao Brasil, que a vivência lhes dizia que era já ali. Pois é, o trambolhão foi instantâneo, assim que fizeram peso no "hidroavião" em cima do zambujeiro, caíram com os quatro costados no chão e assim se acabou a viagem até ao Brasil.
Mas se aqui acaba a história do voo até ao Brasil para o Coutinho e para o Outro, também aqui começa outra história. À conta deles, e como havia espectadores, os de Albarraque, Linhó, Mem Martins e doutras terras ainda mais longe, em jeito de chacota, começaram a chamar-nos "Brasileiros" e à Abrunheira "Brasil". Por acaso já repararam que o café na Av. Dos Combatentes, em frente ao Trilho se chama "Brasil"? e sabem porquê ? Exactamente…, por causa da história do Coutinho e do Outro. Na época da inauguração do Café Brasil pelo "Manel do café" genro do autêntico Saloio "Sabino" homem grande que fazia dois de mim, e que tinha tanto de grande como de bom. Usava barrete, aquele barrete preto à Saloio, e aqueles calças de cetim que apertavam até por cima da barriga com a devida saliência, e também aquelas camisas que hoje só costumamos ver nos trajes dos ranchos folclóricos…. Voltando ao fio da inauguração do café, estava-mos lá pra 1964/65/66 (tenho que lembrar que eu e O Tempo que passa não nos damos lá muito bem) e naquela época ainda era normal nos arredores chamarem mesmo "Brasil" à Abrunheira e a nós, os de cá "Brasileiros".
Sil Félix

domingo, 18 de novembro de 2007

Dia Universal da Criança

Dia Universal da Criança (20 Novembro)


Em 1954, a Assembleia Geral das Nações Unidas recomendou [resolução 836 (IX)] que todos os países instituíssem o
Dia Universal da Criança, para celebrar a fraternidade e compreensão entre as crianças do mundo inteiro e organizar actividades adequadas à promoção do bem-estar de todas as crianças. Propôs que celebrassem o Dia na data e da forma que cada um considerasse mais conveniente. A 20 de Novembro assinala-se o aniversário do dia em que a Assembleia aprovou a Declaração sobre os Direitos da Criança, em 1959, e a Convenção sobre os Direitos da Crianças, em 1989.



Pax Christi Portugal - Movimento Católico Internacional ao Serviço da Paz

Grupo Coral Alentejano "Unidos da Urca"

Ao pesquisar, com intuito de encontrar noticias sobre a nossa terra encontrei, no arquivo de Jornal de Sintra, várias noticias sobre um grupo coral alentejano, de seu nome Unidos da Urca.
Pois parece-me que este grupo vez várias actuações, mas agora, o que é feito deles???
Ainda cantam?? Numa terra onde habitam tantos alentejanos, este grupo era bem genuíno.
Além disso era também uma forma de levar o nome da Abrunheira aos vários pontos do país por onde passavam.
Alguém quer contar-me esta história??? Ficarei a aguardar.
Podem questionar-se sobre o facto de eu falar em coisas e não contar as histórias, mas é sómente porque apenas ouço falar ou encontro artigos sobre isso, para publicação sei que existem pessoas com conhecimentos mais aprofundados.

Origem do nome. Será???

O Silvestre enviou uma outra versão sobre a origem do nome "Abrunheira".


"ABRUNHOS
Não conheço documento (e em tempos procurei) nenhum que explique a origem do nome ABRUNHEIRA, até porque existem várias localidades no nosso país com este nome.
No nosso caso, o que se sabe é que ao longo do nosso rio das "Sesmarias" (outro nome com história), existem ou existiam, dezenas de árvores que produzem um fruto (considerado bravo porque não é comercializado e cresce em total liberdade) como se fosse uma ameixa pequena, do tamanho de um bago de uva dos maiores, que se chama ABRUNHO. Comi muitos destes frutos, quando maduros são muito bons mas têm um travo amargo no final. Talvez esse travo tenha traçado o destino dos nossos ABRUNHOS. Bom, eu, e muito mais gente, pensamos que o nome da nossa Terra, vem exactamente da existência na nossa zona de muitas destas árvores.
ABRUNHEIRA sítio onde há muitos ABRUNHOS."

APELO URGENTE




O amigo Frederico Madeira detectou um grave problema num dos baloiços da URCA.


Penso que a manutenção do espaço está a cargo da URCA, mas como a direcção raramente se vê por lá dificilmente vai resolver a situação, por isso aqui fica o apelo, na esperança que alguém com autoridade o leia e passa à sua reparação.


Os habitantes graúdos e miúdos agradecem.




"Não sei a cargo de quem está a manutenção do parque infantil da URCA, se à própria instituição, se à Junta de Freguesia, se à Câmara, se ainda a outra entidade.
O alerta é para o facto de um dos brinquedos, uma espécie de balancé que pode funcionar com duas ou quatro crianças, estar a desapertar-se. Já está bastante desengonçado e pode a qualquer momento soltar-se. Este brinquedo precisa de intervenção urgente, se alguém responsável pelo equipamento nos ler – dêem lá um jeitinho naquilo!"