domingo, 6 de janeiro de 2008

Recordações...

Da amiga Paula Santos recebi um e-mail que publico na íntegra.
"Amiga Aldeã, o que vou falar não se passa na Abrunheira, mas está relacionado com as suas gentes, por isso caso possível gostava que publicasse este e-mail.
Costumo passar férias e vários fins de semana, ao longo do ano, numa zona onde na década de 70/80, muitas famílias da Abrunheira passavam as suas férias, Lagoa de Albufeira, perto de Sesimbra.
Quem não se lembra dos velhos tempos em se se acampava na praia, bem perto do mar, tão perto que por alturas das marés vivas era necessário levantar os panos das tendas , pois a água chegava junto delas. Momentos altos desta zona que servia os pobres, aos poucos foi sendo descoberta por algumas pessoas endinheiradas, que pretendem fazer daquele local uma zona de lazer para ricaços, vai daí aos poucos vão acabando com tudo, deitam-se casas abaixo em nome do urbanismo, etc.
Quem não se lembra do restaurante Príncipe Real, com vista para o mar, construido nas dunas?
Mas separado da água por um extenso areal, tanto para o mar como para o lado da boca da lagoa.
Este restaurante resistiu durante anos às intempérides de inverno. Desde que a Lagoa passou a ser aberta pelos engenheiros (antigamente eram os pescadores que se encarregavam deste trabalho, sempre na sexta-feira santa) que o trabalho nunca foi bem feito, porque uma coisa é conhecer as correntes e outra ler os papéis. Desde esta altura é necessário fazer 2 ou 3 aberturas durante o verão, com a agravante de muitas vezes o mar alterar o rumo das águas fazendo com que passe bem perto da duna onde está o restaurante, ameaçando a sua queda. Durante anos mais ou menos por esta altura se pensava " é este ano que isto vai abaixo", mas passava o mau tempo e o Príncipe lá ia aguentando.
Infelizmente este ano (2007) não se aguentou, em finais de Novembro a água já estava muito perto, provocando a derrocada (aos poucos) da duna.
Ontem quando lá passei, pude constactar que tinha ido abaixo.
Acabou-se aquela presença que durante décadas nos fomos habituando a ver, era ponto de passagem sempre que passávamos para a praia.
Por isso agora apenas fica a recordação de que naquele local existiu um restaurante, virado para o mar, ponto de encontro de muitos campistas nos tempos de campismo de praia.
Eram os proprietários deste restaurante que tinham a concessão da praia, pagando ao nadador salvador para vigiar uma praia que se torna traiçoeira para muita gente que gosta de arriscar as "descidas na boca da lagoa".

E agora?? Será desta vez que vai começar a construção de grandes empreendimentos para gente abastada, esquecendo o pessoal de parcos recursos.

É com profunda tristeza que deixo estas imagens.

Paula