terça-feira, 3 de junho de 2008

Hospital Amadora-Sintra


Sou utente do Hospital Fernando da Fonseca, mais conhecido por Hospital Amadora – Sintra.
É o Hospital da nossa zona e por isso lá fui parar há três anos e meio.
A passagem pelas urgências é sempre difícil. Esta estrutura foi feita para servir menos de metade da população que hoje acorre aquele serviço, pelo que, não é fácil para ninguém, nem doentes nem profissionais, ultrapassarem todas as contrariedades do dia – a – dia. Mesmo assim, estando por lá umas oito ou nove horas desse dia, considero que fui muito bem atendido tanto do ponto de vista técnico como humano.
A minha doença era (é) do foro oncológico e, desde essa altura, em todas as ocasiões mais ou menos dolorosas, tenho sido sempre muito bem tratado, com muito profissionalismo mas também com muito carinho de tal forma que, quando lá estou, me sinto sempre em casa.
Sempre encontrei, na generalidade dos seus profissionais, uma grandeza humana acima da média que se materializa em ter ganho mais alguns amigos.
Junto-me a eles nesta incerteza do futuro pois, contra todas as expectativas, o Governo anunciou em plena Assembleia da República há algum tempo, que a gestão do Amadora - Sintra vai passar para o Estado a partir de Janeiro de 2009.
À parte de considerações e opiniões político – partidárias, eu penso que quando uma equipa está bem, não se deve mexer. É o que acontece com este Hospital. Não existem argumentos técnicos para a decisão, e as explicações ficam-se por dificuldades, por parte do Estado, no controle efectivo da gestão privada, ou seja, nem sequer é uma decisão economicista porque não vai haver poupança, é pura e simplesmente uma decisão política sem ter em conta os interesses dos utentes.
Duma maneira geral até estou de acordo com grande parte da chamada “reforma da saúde” mas relativamente ao nosso Hospital, que era considerado um bom exemplo da parceria Estado/privados, tenho que estar pelo menos apreensivo.
Silvestre Félix