domingo, 10 de fevereiro de 2008

O Regicídio


"A fazer fé na quantidade de livros editados nos últimos tempos sobre o tema, “O regicídio”, incluindo um, com catorze contos de vários autores, que, noutros tantos exercícios de imaginação, consideram que os acontecimentos de 1 de Fevereiro de 1908, tal como os conhecemos, nunca existiram nem a Republica foi proclamada a 5 de Outubro de 1910. Mas, para além de livros, a imprensa escrita tem sido inundada de crónicas e artigos sobre o mesmo tema, o universo da blogosfera igualmente tem dedicado muitos escritos e imagens aos mesmos acontecimentos, os programas de rádio, programas reportagens e até uma série na televisão,etc, etc, tudo a propósito dos cem anos do regicídio.
Podemos concluir que, conhecer a forma violenta como começou o fim da monarquia em Portugal, e ao mesmo tempo ler biografias de D. Carlos e D. Amélia, interessa hoje a muitos Portugueses, independentemente de serem ou não Republicanos. É curioso verificar que a maneira como morreram D. Carlos e D. Luis Filipe, é hoje, duma forma geral, condenada pela sociedade Portuguesa.
O regime Republicano, em Portugal, ou em qualquer outra parte do mundo, é inquestionavelmente mais justo, e no nosso País penso não haver dúvidas relativamente à nossa Chefia do Estado.
No entanto, o assassinato de há cem anos atrás, causa directa da implantação de Republica, dois anos e oito meses depois, provoca um desconforto indisfarçável, na maioria dos que vêem falando e intervindo sobre o regicídio, até porque, se hoje fossemos uma monarquia, como muitos outros Países Europeus, decerto não estaríamos, como Nação, nas diversas vertentes de análise, muito diferentes do que estamos. "
Silvestre Félix
Fevereiro de 2008