terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Educação Escolar na Abrunheira


Do colaborador F. Castelo:

Falou a nossa vizinha D. Sandra sobre a nossa escola, justificando o aprofundamento que aqui irei fazer.

Em 2000 recorri à boa vontade dos pais para fazer um breve levantamento sobre a Escola da Abrunheira. Graças ao elevado número de respostas e sugestões, apresentei na Assembleia Municipal de Sintra, em 31.1.2001, as linhas mais significativas:

1. A Escola da Abrunheira foi dimensionada para 60 alunos, comportando na altura cerca de 120, com tendência para aumentar;
2. As instalações, na altura, não respondiam às novas exigências do ensino e conforto, sendo precárias as condições de segurança e o desequilíbrio logístico (população jovem com tendência para crescer a Sul e a Escola no extremo Norte) por falta de transportes na maior parte do dia (naquela época);
3. Para não me alongar, naquela época 51% iam para a escola de automóvel e 37% a pé;
4. 68% das crianças não praticavam desporto e 83% não tinham apoios para desporto. Destas crianças, as nossas crianças, 79% não tinham Pavilhões Desportivos ou Piscinas a menos de 3 quilómetros e 95% nem bibliotecas públicas a menos desses 3 quilómetros.
5. Do ponto de vista cultural e artístico, 83% das crianças da Escola da Abrunheira não tinham acesso à aprendizagem de pintura, teatro ou outras formas de cultura a menos desses 3 quilómetros.

As crianças tinham problemas comuns aos adultos, entre eles quilómetros de ruas dentro da aldeia sem protecção para os peões, carros em alta velocidade e sinalização inexistente.

Outros estudantes, repartiam-se por Albarraque, Escolas Secundárias de Sintra, Mem Martins, Rio de Mouro, Amadora, Abóboda, S. Domingos de Rana e Alcabideche.

Foi nessa data sugerida a criação de um Polo Escolar na Zona Sul, que respondesse a estas dificuldades.

Na mesma Assembleia Municipal, voltou a citar-se o terreno de 3220 metros que foi cedido à CMSintra para uma Escola Primária, (Alvará 17/91), salientando-se (já nessa altura) a tentativa de descaracterização dos efeitos do Alvará (Recentemente, em reunião pública de Câmara, entregou-se ao Sr. Presidente da Câmara um abaixo-assinado, para ser dada uma utilização social ao terreno).

Aproveitando as palavras da D. Sandra, pode dizer-se que, entre outros, existiam dois terrenos com cedências previstas, sendo um com 3530 metros para "fins escolares/sociais" e outro com 7790 metros para "fins escolares". O primeiro - nas Maçarocas (loteamento 11/2000), como prenda do Natal de 2006, foi encolhido para menos de metade quando da aprovação e o segundo - em Penaferrim - deve aguardar melhores dias, receando-se que, quando fôr loteado, também encolha. O arrastar das soluções por anos e anos joga sempre a favor de alguém e não serão as populações a ganhar.

Parafraseando o Senhor ou Senhora Tira Picos, tal como não interessará muito falar das Obras do Largo da Abrunheira, também haverá muita gente interessada em que não se fale de outras. O silêncio por vezes não dá jeito: Dá um jeitão...

Com amizade,

Fernando Castelo