quinta-feira, 17 de julho de 2008

Festa Monte Abraão

Tal como já tinha anunciado aqui, estou com dificuldades em aceder ao gmail,este mail vou enviado para lá e só ontem reencaminhado para o novo endereço:
Aldeã
Ontem,dia 11,decorreu no Salão Paroquial da Igreja de Nossa Senhora da Fé, no Monte Abraão, a Sessão Comemorativa do 11º aniversário daquela Freguesia.Acompanhada pelo amigo Bento e esposa e pela amiga Felismina e respondendo ao convite da Presidente Fátima Campos, tive o grato prazer de assistir a uma noite memorável, durante a qual,a tristeza por vezes,nos atacou, não pelo espectáculo a que estávamos a assistir, mas pela comparação com a nossa actual realidade quotidiana, na freguesia em que vivemos.Por isso, quis partilhar esta noite consigo e, se assim o entender, com os outros participantes habituais, nestas conversas virtuais na blogosfera.Em primeiro lugar, um Salão cheio,de gente alegre,muito público e vários grupos para actuar:muitos jovens animados, alguns menos jovens, igualmente animados e vários convidados, sobretudo fardados.O espectáculo: um grupo de crianças, muito pequenas ainda, cantando canções de vários países, depois, um grupo da Terceira Idade,cantando velhos êxitos da música popular portguesa, com muito ritmo e alegria e dirigido com classe, e mestria, por Paulo Taful;em seguida a Banda Filarmónica da Paróquia de Nossa Senhora da Fé, com quatro anos de existência e o maestro Paixão, que a dirige há dias semanas,um espectáculo de alegria,harmonia e juventude que fez levantar o público em aplauso;o Grupo Coral Encontro, com a sua habitual classe, sonoridade, afinação, harmonia e enorme qualidade polifónica,com um maestro muito jovem e competente.No final, Os Heróis da Música, foram para nós uma grata e muito agradável surpresa, um elogio à juventude, uma demonstração de que, dando possibilidades aos jovens, eles são capazes de fazer coisas maravilhosas, espantosas, incríveis:vozes espectaculares, dignas de qualquer musical,orquestra quase irrepreensível e alegria, muita alegria.Antes deste grupo, tinha actuado José Manuel Concha e Lurdes Santana, relembrando «os bons velhos tempos» da música dos anos 60.Só com os grupos da Freguesia, já era possivel ter feito o espectáculo completo e de muita qualidade!A uma só voz, podemos dizer mesmo, em uníssono, todos os grupos salientaram dever as suas existências e contar sempre com o apoio da autarquia, em particular da sua Presidente,, todos demonstraram o seu orgulho e afecto pela Freguesia que representam, afastando aquela ideia de que uma Freguesia deste tipo, pode ser considerada dormitório e, neste caso, a sua população não revela por ela grande afectividade.Não, em Monte Abraão sente-se alegria, afecto e orgulho nas pessoas.Parabéns à Fátima Campos, mulher de enorme coragem, determinação, sentido de justiça, dedicada aos habitantes da sua Freguesia, que coloca sempre à frente de todos os interesses,mulher com força de leoa e perfume doce da terra molhada do deserto do Uíge, exemplo de Autarca com A,amiga desde o 1º momento, há 11 anos!Voltando ao primeiro parágrafo deste desabafo, posso apenas dizer que , entre nós, durante o espectáculo que culminou com o apagar das velas à 1h, muitas vezes se repetiu:perante tudo isto, a nossa freguesia está moribunda, lamentavelmente moribunda!Relembrámos a Orquestra Infantil e Juvenil da nossa Freguesia, já desaparecida e enquanto ouvíamos dizer que da Banda Filarmónica de Nossa Senhora da Fé, vão sair músicos para a Banda da GNR,pensámos que da nossa, além daqueles que já há muito tinham enveredado pelo Conservatório, os últimos membros estarão agora em casa, frente aos computadores ou à televisão, uns com os instrumentos guardados nos respectivos estojos, outros com saudades de tocar, enquanto os instrumentos adquiridos pela Freguesia devem estar num canto da arrecadação da Junta (se é que estão!);relembrámos os projectos feitos ao longo dos anos, a ocupação dos Jovens nas férias, os Projectos com os Idosos, os cursos de computadores, a praia no Verão, relembrámos com uma enorme nostalgia e uma profunda tristeza: que tudo o que em Monte Abraão vem sendo construído em 11 anos, em S.Pedro destruiu-se em 3 anos apenas.O que foi feito pelos jovens desta Freguesia?E pelos menos jovens?Contrariamente à Freguesia onde estivemos ontem, onde se sente vida,alegria e juventude, a nossa parece mergulhada em apatia, melancolia e tristeza.E nós, vamos deixar que estes sentimentos continuem a dominar o nosso dia-a-dia?Vamos deixar-nos envolver por esta semi-paralisia colectiva?Vamos continuar de braços caídos, sem projectos,?O que é feito da freguesia-modelo?O que é feito do nosso orgulho sanpedrino?
Obrigada Aldeã por este momento de partilha
Margarida Paulos