quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Problemas Jornal de Sintra

Do sr. Rui Tojo, que julgo pertencer ao Jornal de Sintra,( o endereço assim o indica) enviou o seguinte e-mail:
Asfixia Democrática? Coluna de opinião no Jornal de Sintra foi “alterada” e “amputada,” diz Fernando Castelo

( http://queluz.org/2009/09/asfixia-democratica-coluna-de-opiniao-no-jornal-de-sintra-foi-alterada-e-amputada-diz-fernando-castelo/ )
Fernando Castelo é colunista habitual em vários jornais do concelho de Sintra e acusa o Jornal de Sintra de ter “alterado” e “amputado” um texto de opinião do qual é autor.
Segundo Fernando Castelo, esta situação aconteceu na edição de 18 de Setembro do Jornal de Sintra, a menos de um mês das eleições autárquicas.
Texto com as alterações feitas pelo Jornal de Sintra (a azul os cortes e a vermelho as adições/substituições):
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MISTÉRIOS DA DEDICAÇÃO[Construção em Vale dos Anjos gera polémica]
Está a fazer um ano que se iniciou aquela monstruosa construção em Vale dos Anjos, a coberto do Alvará nº. 405/2008, que teve a graça dos Projectos de Arquitectura e de Especialidade serem aprovados por Despacho do mesmo dia – 28 de Janeiro de 2008.
No local, em 21 de Outubro de 2008, um Aviso indicava 872,81 metros quadrados de Área de Construção. Dois dias depois, a Área foi drasticamente reduzida para 522,70 metros. Por uma qualquer magia, a área da garagem não foi contabilizada como “área coberta”, regra que habitualmente a Câmara aplica em qualquer moradia.
Dizia uma notícia da época que uma associação que anda por aí [de Sintra] esteve no local “a investigar o estado da obra”, condicionando a sua posição à “consulta ao registo predial de Sintra”. Até hoje, que terá feito para a defesa desse património Cultural?
Façamos o filme [o resumo]: – O Parque Natural Sintra Cascais autorizou o aproveitamento de ruínas agrícolas com base no Plano que definiu como reconstrução as obras “subsequentes à demolição total”. O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade deu parecer favorável à reconstrução. A Câmara emitiu o Alvará.
Foram dirigidas cartas à Delegação da UNESCO em Lisboa e posteriormente à Sede em Paris, alertando para o atentado em marcha, sem qualquer resposta.
Em Outubro de 2008 o Ministério Público terá pedido o processo para averiguações.Como publicamente não surgem esclarecimentos, somos levados a admitir que estamos perante uma situação complexa a exigir medidas adequadas à preservação da Paisagem Cultural onde a construção está inserida.
A obra continua e atinge proporções preocupantes, se compararmos a foto de satélite anterior às obras com as agora tiradas. Na primeira, ao cimo, vê-se um largo espaço até à Azinhaga de Vale dos Anjos, agora desaparecida porque a construção foi até esse limite com a amplitude que as outras duas fotos ajudam a perceber.
A situação merece que os cidadãos dediquem 10 minutos da sua vida e subam 100 metros da Azinhaga, onde encontrarão a mesma ladeada pela elevada empena de um imóvel onde dantes era o muro tradicional do local.
Continua o silêncio inacreditável sobre a construção em curso numa zona tão sensível como esta, que deveria ter merecido as maiores cautelas por parte da Câmara Municipal de Sintra e de outras entidades responsáveis pela zona protegida.
Voltámos a dar conhecimento da evolução da obra à UNESCO. Espera-se que, desta vez, Paris nos devolva a resposta para tão grande mistério, ou seja, como é possível que, de tanta dedicação, tenha resultado tamanha ofensa ao Património Cultural de Sintra… [responda].
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Estas acusações partem do
Sintra do Avesso, cujo autor, João Cachado entende que “a direcção do Jornal de Sintra foi mais papista do que o Papa.” “O Prof. Fernando Seara, tenho a certeza de que, ao tomar conhecimento do caso, preferiria que o não tivesse concretizado uma atitude que o apouca, como se ele não tivesse arcaboiço para acolher e aguentar a ironia de alguém que ele bem conhece e, tanto quanto julgo saber, muito estima.” refere.
João Cachado afasta a interferência de Fernando Seara, mas lança uma dúvida ao Jornal de Sintra: “Claro que a direcção do Jornal de Sintra interpreta isto na perfeição. Mas assim sendo, que motivo a determina ao escamoteamento da cívica contundência que o autor do texto pretendia propor?”
Câmara Municipal de Sintra já pagou ao Jornal de Sintra 20.200€ em publicidade
De recordar que a Tipografia Medina, SA, empresa detentora do Jornal de Sintra recebeu este ano 20.200€ em publicidade do Município. O último montante pago pela Câmara via ajuste directo foi 11.200€ em Maio de 2009. Desconhecem-se os critérios de selecção dos jornais e fixação de valores.
Recorde-se ainda que
Fernando Seara afirmou em Viseu que no concelho de Sintra não existe “asfixia democrática.”
Talvez hoje, eu esteja com os neurónios parados, porque não entendi onde este senhor pretende chegar.