quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Fim de Feira Centenária no concelho


Feira das Mercês cancelada contra vontade dos feirantes

Este ano não haverá a tradicional Feira das Mercês, embora muitos ainda pensem que a feira saloia arranca no próximo Sábado. É o caso de duas feirantes equatorianas, que ontem passaram pelo recinto, na Tapada das Mercês, para tentar alugar um terreiro. “Há seis anos que fazemos esta feira, sobretudo aos fins-de-semana, e vínhamos pagar o espaço”, conta a vendedora de artesanato.Quase ao mesmo tempo, chegam outros três feirantes. Ao contrário delas, trabalham sobretudo em feiras anuais. “Os vendedores de levante só cá estão ao fim-de-semana, mas este é o nosso único ganha-pão durante três semanas”, explica Luís Grácio, proprietário do snack-bar ambulante já estacionado à porta do recinto. Há um ano, foi informado que a feira de 2008 não seria realizada devido a obras, mas queixa-se que nada foi feito. “Está tudo igual, pelo que a Câmara devia deixar-nos trabalhar”, reclama.O actual vereador com a Divisão de Licenciamento das Actividades Económicas, João Lacerda Tavares, em funções há duas semanas, admite que “a Câmara aprovou um plano de intervenção há mais de um ano, que infelizmente ainda não andou”. O autarca diz estar sensível ao problema, mas recorda que estão em vigor as decisões tomadas em Agosto pelo presidente da Câmara, que emitiu um despacho que “não autoriza a realização da feira com base na ausência de condições mínimas de nível técnico, sanitário e de segurança”. Para Lacerda Tavares, “a decisão foi definitiva e não podem haver mais expectativas”. Apesar disso, prometeu aos feirantes “que iria tentar reavaliar o assunto, sem assumir datas”. O vereador reforça que a feira centenária “tem dificuldades de higiene, salubridade, mas foram sobretudo as questões de segurança que fizeram que a Câmara ponderasse a sua não realização”. O autarca recorda as “confusões” registadas em 2007, que obrigaram à contratação de trabalho gratificado da GNR, que custou à Câmara 13 mil euros e levou as autoridades a emitir “um parecer muito desfavorável” à realização da feira. Alguns feirantes estranham estas alegações e garantem que a PSP desconhece a situação. “Perguntámos na esquadra da PSP de Rio de Mouro e garantiram-nos que não emitiram qualquer parecer nesse sentido”, assegura Manuel Pereira.


Fonte: Luís Galrão Cidade Viva